terça-feira, outubro 03, 2006

Perto ou longe de quem realmente você é??



Depois da quinta vez como espectadora, resolvi criar minha concepção e minha "análise" sobre esse envolvente filme, recheado de diálogos bem feitos e personagens tão reais, que torna-se quase redundante uma tentativa de identificação com eles....

Vamos à trama:



Dan (Jude Law), tinha a mulher mais linda ao seu lado (Alice/Jane) que o amava mesmo ele sendo um “fracassado”. Mas ele não se contentava com essa tranqüilidade. Ele precisava sentir-se cobiçado, sentir-se olhado, sentir-se sempre no exercício da conquista e, portanto, não cedeu aos encantos duramente batalhado de uma outra mulher Anna (Julia Roberts). Esta sim, melancólica e deprimida, nunca sabendo o que quer, sempre em busca de uma felicidade que a atormentava porque ela nunca se julga merecedora de paz e felicidade indiscutível. Ela se alimenta da tristeza, é isso que a faz se sentir viva.
Então há um outro homem que busca sempre a verdade doa a quem doer: Larry (Clive Owen), acreditando que a verdade é que diferencia o homem do animal. É em busca dela que ele passa boa parte da história, no entanto se apresenta ardiloso, estrategista, troglodita como ele mesmo se intitula, tratando sua mulher com total desdém.
Alice/Jane (Natalie Portman), a mulher forte, disfarçadamente frágil, inteligente a ponto de ser dissimulada, que interpreta os personagens que lhe é esperado, sem, no entanto, perder sua essência, seus valores, seus princípios. Enfim, a verdade vence em todos os sentidos. Máscara nenhuma é capaz de sobreviver por muito tempo ao que está
Perto Demais.
O homem verdadeiro e rude (Larry) aceita a mulher melancólica (Anna), amando-a verdadeiramente. O homem fracassado (Dan), que tinha tudo o que todos buscam, perde tudo no momento em que sua vaidade e sua covardia permite que ele cometa um dos atos mais repugnantes em um ser humano: ele usa da força física para machucar sua mulher, sendo que já não bastava outras formas até mais dolorosas de machucar alguém cometidos por ele. O preço da sua covardia em toda totalidade que essa palavra possa representar, foi ficar sozinho e continuar fracassado. A única verdade dita por ele é quando assume ser um doente quando deseja saber do passado da namorada, sabendo que não poderia conviver com o fato de não ter sido o único. Tremendo tolo. Desde o início se encantou com a mulher que confessara ter sido uma stripper, cedendo aos seus encantos, acreditando que ela o amava e o faria feliz, mas num dado momento, sua arrogância, sua vaidade e seu machismo, mascarado pelo seu caráter sujo e pobre, o faz inverter essa situação e se desapontar com o que ele sempre soube.E a mulher que o amava, que podia tê-lo amado para o resto de sua vida, que o aceitava como ele era, enfim se cansou de amar em vão. Não aguentou o peso de ter alguém apontando diariamente o motivo de sua vergonha maior. Ela só queria esquecer e começar outra vida, mas ele não podia ser nobre e permití-la fazer isso. Jane/Alice, então vestiu sua nova armadura e voltou a ser a pessoa mais real. Na cena final do filme, aliás, a melhor de todas, ela caminha de maneira resoluta, bela, sem máscaras, sem personagens diários, livre e feliz... é quando finalmente ela se redescobre como mulher e ser humano.

Há ainda um aprendizado maior: todos somos falhos como seres humanos. Todos têm a sede da vingança, todos armam para dar o troco. Quem nunca se alegreu com sabor da doce vingança? Apesar de hoje em dia, ela tenha se tornado pequena e irreal pra mim. O que torna as mulheres “frias e dissimuladas” é justamente quando sua maior virtude, o dom de amar, é jogada no lixo . É a contradição da vida. Você se vê amando a pessoa que mais te feriu e depois não consegue se libertar da sede pela vingança.
A pergunta-afirmativa que fica é: ninguém é capaz de ser autêntico quando se relaciona? As pessoas vivem interpretando personagens que lhes são esperados, para agradar o outro, para esconder seus defeitos e suas vergonhas, para tentar ser feliz. A verdadeira pessoa só vem à tona quando não há o medo da perda, da mágoa, da traição, do abandono, das cobranças. Pecamos nisso. Será então que nunca sabemos quem amamos, até que quem amamos esteja bem longe de nós? Será que amaamos o sentimento de amar e nunca o outro?
Digo que chegar nessa constatação de questionamento é de fato muito triste e penoso... Acho que a mensagem que permanece é de que não precisamos de personagens , nem de máscaras para sermos felizes...
A autencidade ainda sobrevive a trama feita por nós mesmos, porém só seremos capazes de perceber isso, quando finalmente resolvermos e nos permitirmos SER... Sem mais , nem menos...

3 comentários:

Anônimo disse...

Permitir-se, entregar-se, esses os problemas... Esses os medos maiores... Esses os obstáculos quase intransponíveis para a felicidade...
Mas... quem os colocou ali? E quem disse que não podem ser superados?
Até quando esperaremos respostas? Até quando nos negaremos as respostas?
Só o tempo sabe... essa resposta.

Anônimo disse...

Eu li tudo, existem pontos que eu discordo. hehe
A visão eh um pouco feminista, mas pouca coisa. O que distoa um pouco dos personagens, acho que ele tenta mostrar 4 pessoas com qualidades e defeitos diferentes e como esses defeitos e qualidades pode mudar o que chamamos de relacionamento.
Mas isso eh assunto para a festa, huauhauha
Bjos

Anônimo disse...

Naum vai atualizar isso aqui mais naum? hehe
Parafraseando Alice no País das Maravilhas, Feliz desaniversário, minha cara amiga!
Bjos