segunda-feira, outubro 09, 2006

We get to share it

Um amor
Temos que compartilhá-lo
Ele te abandona...
Se você não cuida dele


Quem nunca compartilhou um amor ou ainda, deixou de fazê-lo e acabou literalmente “vendo navios”?
Não quero abordar a questão do “ganhar” ou “perder”, porque acho que cada dia fica mais visível e presente que em se tratando de AMOR, se você deixa de compartilhá-lo, de doá-lo, você perde! Perde-se o rumo, perde-se o motivo, perde-se a entrega, perde-se uma beirada da alma, perde-se em espírito, perde-se uma grande parte de você.
Quem consegue viver sem amor? Digo AMOR em total amplitude que a palavra se impõe. Não falo aqui só do amor entre enamorados, amor de pais com seus filhos (que acredito ser o único incondicional), entre amigos, o amor cantado em letras de músicas, ou ainda o amor idealizado pelos poetas, mas do amor do dia-a-dia. Aquele que se faz presente através de pequenas coisas, gestos, nuances, olhares, sorrisos, atitudes, agregações. Como diz a sábia canção “one” da banda Irlandesa U2, se você não cuidar o amor abandona você.
Quero falar mais sobre essa canção, que para mim é magistral não só em suas palavras certeiras e sinceras, mas também na sua doçura e musicalidade. Acredito que ela faça parte de dois grandes momentos da minha vida e nunca significou tanto falar sobre isso, porque um desses momentos é muito presente, muito real. O primeiro momento foi o da descoberta. Não só da música em si, mas de outras grandes descobertas, inclusive do que uma menina de 12 anos concluiu na época ser o “amor de sua vida”.
Seu nome era Daniel. Tinha aquele tipo de beleza “universal”, ou seja, apreciada por todas as meninas de maneira generalizada. Cabelos castanhos, olhos de amêndoa, boca que despertava meus maiores instintos ainda não vivenciados,nariz ligeiramente adunco e 15 anos de idade e de charme absurdamente desconsertante. Sua altura? Eu digo que era suficiente para alcançar o céu...
Digo que de inicio contei com a reciprocidade de seus olhares e com a sorte, afinal um pouco dela não faz mal a ninguém... não é mesmo?! Uma grande amiga da época, habitava em um andar acima do dele, e por coinscidência ou não, a sua grande paixão era o irmão da minha grande paixão... duas amigas, dois irmãos... Muita Calma! Se você pensou em algo do tipo “histórias mirabolantes de um quarteto amoroso” podem parar já! Afinal só tínhamos doze anos e estávamos apaixonadas.... acho que a paixão traz junto de si a tendência a monogamia!!!! (hahaha)
Todo tipo de informação era preciosa para nós, afinal vivíamos juntas, e eles também... então já conclui-se muita coisa né? Imagina! Acho que nem precisa dizer que me mudei de “mala e cuia” para casa da minha amiga, afinal só estava um andar acima dele... e quanto mais próximo, mais informações.... (:
O chão vibrava com a música que eles só ouviam no último furo do som, e a maneira peculiar que nós duas encontramos para identificar a canção era literalmente grudar nossos ouvidos no chão do quarto, que ficava logo acima do deles. Dessa maneira intrigante, ouvíamos tudo... da música aos diálogos cúmplices de dois grandes irmãos e amigos.
Até que num dia desses de “grude de orelha”, eu pude ouvir ela... a música dos sonhos.... o engraçado é que a canção e Bono já faziam parte do meu repertório, porém naquele dia a música parecia ser outra pela maneira como ela soou em meus ouvidos doloridos de tanto ficar em contato com aquele chão... ah! Mas como valeu cada segundo...
Então acho que por isso tudo, inclusive o esforço e o mico de ficar deitada no chão frio com o ouvido á postos, não tem como falar desse momento sem me lembrar da música, aliás da parte da canção que diz que precisamos cuidar do amor... porque digo que ambos cuidaram... afinal na época, a minha representação de amor era essa, era ele...
Sim, pessoas!!! Nós nos beijamos se é isso que vocês tanto se perguntavam! Meu segundo beijo foi mágico... Acho que foi uma maneira de retratar o meu primeiro que foi trágico... mas essa história fica para um outro post.... (:
Vocês devem estar se questionando se sou doida ou não, afinal a música tem um teor triste, fala de separação, de pessoas que não souberam amar juntas, não souberam cuidar do seu amor e etc, e eu associando-a com esse meu primeiro momento....
Como disse anteriormente a minha associação se deu mais pela sonoridade, pelo envolvimento que a canção trouxe... nada muito ao “pé da letra”... já o meu segundo momento, o mais atual e presente, digo que além da sonoridade, a letra também se encaixa na história.
Mas como eu já escrevi demais, e acho que os caracteres são de menos... façamos assim: leiam a letra da música e imaginem minha história mais recente.... fácil fácil... ou não! Hahahaha
Curiosos?? Ah, pimpolhos! Tem coisas que preferimos não contar... deixa assim ficar “subentendido”..... (:
De brinde, além da letra da música com a tecla sap, deixo também o link para vocês poderem ver o clip em nova versão, que aliás me deixou mais arrepiada do que a antiga. Na nova versão Bono não está sozinho! Ele conta com um vocal feminino, um dos mais belos que já ouvi e que trouxe para música uma certa “visceridade”... prestem atenção como Mary J. Blige põe seu sentimento, seu inconformismo, sua "perda"... ela literalmente incorpora!

E claro! Como não poderia de esquecer, a pintura de hoje é Kandinsky... sempre bem-vindo!
Parafraseando uma certa pessoa kármica-amiga: “bom, vou indo nessa”!
E como sempre digo.... A gente se esbarra!
Beijos


"One"
U2

Is it getting better
(está melhorando?)
Or do you feel the same?
(ou você se sente a mesma?)
Will it make it easier on you now
(bem, as coisa vão ficar mais fáceis para você)
You got someone to blame?
(agora que você tem alguém para culpar?)
You say
(você diz)
One love, one life
(um amor, uma vida)
When it's one need
(quando é uma necessidade)
In the night
(na noite)
One love
(um amor)
We get to share it
(temos que compartilhá-lo)
It leaves you, darling
(ele te abandona, querida (o))
If you don't care for it
(se você não cuidar dele)

Did I disappoint you
(eu te desapontei?)
Or leave a bad taste in your mouth?
(ou deixei um gosto ruim em sua boca?)
You act like you never had love
(você age como se nunca tivesse tido amor)
And you want me to go without
(e quer que eu continue sem nenhum)
Well, it's too late
(bem, é muito tarde)
Tonight
(esta noite)
To drag your past out into the light
(para trazer o pássado à tona)
We're one
(somos um)
But we're not the same
(mas não somos os mesmos)
We get to carry each other
(temos que carregar um ao outro)
Carry each other
(carregar um ao outro)
One
(um)


Have you come here for forgiveness?
(você veio aqui pelo perdão?)
Have you come to raise the dead?
(você veio levantar os mortos?)
Have you come to play Jesus
(você veio aqui bancar o Jesus)
To the lepers in your head?
(para os leprosos que você inventa?)
Did I ask too much
(eu te pedi muito?)
More than a lot?
(mais do que devia?)
You gave me nothing now
(você não me deu nada, agora)
It's all I got
(é tudo que tenho)
We're one
(somos um)
But we're not the same
(mas não somos os mesmos)
We will
We hurt each other
(ferimos um ao outro)
Then we do it again
(e estamos fazendo de novo)
You say
(você diz)

Love is a temple
(o maor é um templo)
Love, the higher law
(o amor é a lei suprema)
Love is a temple
Love, the higher law
You ask me to enter

(você me pede para entrar)
And then you make me crawl
(e então você me faz rastejar)
And I can't be holding on
To what you got
(e eu não posso continuar me agarrando ao que você tem)
When all you got is hurt
(quando tudo que você tem é dor)

One love
(um amor)
One blood
(um sangue)
One life you got
To do what you should
(uma vida, você tem que fazer o que deve)
One life
(uma vida)
With each other
(um com o outro)
Sisters, brothers
(irmãs, irmãos)

One life
(uma vida)
But we're not the same
(mas não somos os mesmos)
We get to carry each other
(temos que carregar um ao outro)
Carry each other
(carregar um ao outro)
One ... one


Olha lá: http://www.youtube.com/watch?v=ir_e08DdPyg

Um comentário:

Anônimo disse...

O problema não é nem compartilhar o amor, Jo. É aquele a quem ele se dirige ou ignorar esse amor, ou então não lhe dar o devido valor. Isso é o que realmente dói, e não é pouco...