Sou pista vazia esperando aviões...

Será a crise dos 25? Se deparar com uma certa urgência em fazer acontecer, fazer diferente... ou ainda seria em fazer escolhas? Bem se esse tanto de “fazer” estiver dentro de uma possível crise que os 25 anos venha trazer... acho que estou vivenciando ela!!
Mas ao contrário do que a palavra crise possa significar no sentido mais pejorativo dela, vejo o outro lado: a crise para o crescimento. Esse definitivamente muito me interessa, aliás, acho que a todo mundo que se permita fazer experimentações e vivenciar de forma mais sublime o que a vida tem de bom para oferecer.
Essa semana me fez pensar, repensar em algumas questões e analisar o que realmente desejo pra mim. Confesso que me senti confusa de inicio, visto que percebi como tem coisa que quero... que almejo... só que os desejos trazem uma provável impossibilidade dentro deles próprios, e isso é, de certa maneira bem angustiante. A impossibilidade das possibilidades... que situação mais paradoxal não??
Senti-me literalmente uma pista quando aguarda o pouso de um avião! Um avião recheado de possibilidades, de impossibilidades, certezas, incertezas... uma verdadeira mistura de emoções, que transborda, avassala, arrebata o querer e faz com que essa urgência seja tão urgente, a ponto de questionar as minhas próprias prioridades... sendo que parece que tudo acaba sendo primordial.
Uma vez me disseram que sou um livro fechado, até mesmo intocável. Fiquei dias pensando nisso... confesso que tais palavras causaram em mim um impacto muito maior que eu supunha, e verdadeiramente me questionei sobre isso, sendo que a priori achei que era algo totalmente fora da minha realidade. Imagina... eu intocável???
Contudo, se aquilo tinha me tocado de uma maneira diferente, era por que não era totalmente irreal. Quando uma realidade inesperada chega de repente, sem aviso prévio... é literalmente um soco no estômago!!! Como foi custoso receber uma pancada dessas... mas como foi bom conseguir enxergar algumas outras coisas que adormeciam... que teimavam ficar presas...
Pude concluir que o ser “intocável” me protegia .... minha armadura contra possíveis desamores, desalentos era essa. Porém, pude perceber também que isso fazia com que me privasse das tentativas... correndo o risco de dar certo ou não. Eu nunca saberia... porque simplesmente não tentava. Preferia ficar com a certeza de não ter dado certo do que a incerteza de ter dado... e como isso era covarde, cruel...
Vi que os aviões estavam passando, mas eu não dava nenhuma possibilidade de pouso para eles. Minha pista era indisponível... intocável!
Como é bom saber que essa então nenhuma disponibilidade, tenha se transformado em permissão para me disponibilizar...
Que venham os aviões...